terça-feira, fevereiro 01, 2005

Eterno Embate

O Mal tornou-se tão forte que acabou por vencer o Bem. Aprisionou-o nos porões fétidos e sombrios de sua morada de onde o Bem não podia se manifestar. Assim, o Mal triunfou soberano sobre a Terra, após incontáveis anos de conflito, finalmente estava no poder.

Sob seu reinado, os simpatizantes do Bem foram aniquilados, exterminados, caíram todos à sombra da maldade. A legião do Mal estava estabelecida. Com a total derrocada dos benignos, os malignos não tinham mais com quem lutar, ou mesmo, um porquê para lutar. E então tudo ficou em paz. O Mal procurou inimigos, em vão, todos sob seu poder, que era tudo o que existia, lhe eram fiéis e subordinados e não ousavam desafiá-lo. Assim a maldade, razão de ser do Mal, estava em decadência. Não era praticada, e por conseqüência, o poder do Mal ia gradativamente se exaurindo. Sozinho, em sua morada, o Mal, pela primeira vez em sua existência, adormeceu. Ao acordar, não se sabe quanto depois, sentia-se forte novamente, revigorado. Mas não como antes. Não lhe interessava mais a maldade, mas sim, fazer o bem. A ausência de maldade transformara-lhe no Bem, e, por conseqüência, seus subordinados transformaram-se em seres benignos. Lembrou-se do cativo no seu porão, e logo apressou-se em libertá-lo. Ao abrir as portas do asqueroso cativeiro, sentiu um duro golpe da maligna espada que um dia empunhara. O Mal ressurgia das trevas, ávido por vingança.

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